Tema do Congresso

Município de Alcobaça. Foto: Rui Miguel Pedrosa | www.ruimiguelpedrosa.com

“A Cerâmica no Mundo Mediterrânico: Da Antiguidade à Contemporaneidade”

 

Desde os tempos imemoriais, que o ar Mediterrânico é testemunha de eventos históricos que condicionaram a humanidade, estabelecendo pontes entre culturas de grandes impérios, desde o norte ao sul, do este ao oeste. É importante mencionar alguns destes impérios para compreender a excecional dimensão histórica desta parte do mundo: Fenícios, Gregos, Cartagineses, Romanos, Árabes e Otomanos, sem esquecer as culturas desenvolvidas por estes ao longo dos anos, tais como, os hititas, hebreus, egípcios, berberes, palestinianos, italianos, franceses, espanhóis, turcos, portugueses ou croatas, entre outros.

Tal como o Mediterrâneo tem sido uma ponte frutífera entre culturas, de irradiação do conhecimento, também tem sido um mar de confrontos, guerras, migração forçada e, nos tempos de hoje, infelizmente, a sepultura de inúmeros migrantes que o tentam cruzar em condições precárias. 

A cerâmica  não foi deixada de parte nesta intensa troca de conhecimento, dando nome a algumas das produções mais marcantes, tais como, as “faianças” (devido à sua origem em Faenza, Itália), “majólica” (de Mallorca) ou a alguma das mais notáveis técnicas de cerâmica, como, esmaltes, lustres ou fornos bicamerais (intitulados de “Moorish” em Espanha), que chegaram à Europa através do Islão na Idade Média, ou os azulejos portugueses, cujo nome deriva do árabe “al-zulaich”, que significa pequena pedra polida.

Curiosamente, Portugal não é banhado pelo Mediterrâneo, mas é considerado um país com uma cultura Mediterrânica orientada para o Atlântico, o que lhe dá uma visão única.  O facto de a Academia Internacional de Cerâmica ter escolhido Portugal para celebrar o 51º congresso não é uma coincidência, visto que existem poucos países no mundo onde a cerâmica está implementada na sua cultura e é considerada uma “arte nacional” como em Portugal.  Aqui, a cerâmica pode ser encontrada em qualquer lugar, desde os fantásticos azulejos que cobrem as fachadas e o interior dos mais belos e importantes edifícios históricos, à extraordinária produção de porcelana da Vista Alegre, passando por produções únicas como as do Bordalo Pinheiro, a loiça preta de Tondela, os galos de Barcelos, entre outros produtos tradicionais que conferem um carácter único à cerâmica portuguesa. A isto devemos somar a cerâmica moderna que aumenta o impacto do universo global cerâmico. Não estamos surpreendidos que a instituição local que organiza o Congresso, seja a Associação Portuguesa de Cidades e Vilas de Cerâmica, composta por 29 municípios de norte a sul do país. A isto tudo,  acrescenta-se ainda uma grande indústria de cerâmica utilitária e decorativa, uma das mais poderosas da Europa, que exporta a maioria da sua produção.

O Congresso da IAC em 2024 irá focar-se na cerâmica do mundo mediterrânico, desde a antiguidade aos tempos correntes, que se desenrolará, sobretudo, em dois dias de debates e pequenas conferências: o primeiro dia será focado em “Confluências cerâmicas no Mediterrâneo: uma visão histórica”, que analisará, ao longo da história, os diferentes povos e culturas do Mediterrâneo que se influenciaram para produzir maravilhosas criações de cerâmica utilizando técnicas que perduram até aos dias de hoje.

O segundo dia será dedicado ao estudo atual da cerâmica Mediterrânica. Queremos que fique conhecer as dinâmicas atuais, a realidade, as relações entre os diferentes territórios, que confrontos existem, o que une e separa as culturas cerâmicas e quais as suas fraquezas. Temos interesse em compreender o que os artistas destas localidades estão a fazer e quais são os seus projetos futuros.

Pretendemos debater e conversar sobre tudo isto em Alcobaça e nas Caldas da Rainha, numa atmosfera descontraída, contudo com grandes níveis de exigência. Como sempre, o Congresso será acompanhado por diversas exposições de ceramistas nacionais e internacionais, uma rota pelo Sul de Portugal (antes do Congresso) e outro pelo Norte do País (após o Congresso), uma noite dedicada à UNESCO, outra dedicada a dar as boas-vindas aos novos membros e, claro, teremos uma assembleia geral da Academia e uma bonita festa de despedida. 

Num país com um clima magnífico, uma gastronomia inigualável e um ambiente cultural e uma qualidade de vida entre os melhores do mundo, temos a certeza que este Congresso será um sucesso, tanto em termos de conteúdo como de participação e que será memorável para todos os participantes. Ninguém o pode perder!

Taxas e condições de inscrição

As inscrições em linha estão encerradas! O registo só é possível no local.

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Programa

Programa Congresso AIC 2024

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Localização do Congresso

The 51st Congress is hosted in the cities of Alcobaça and Caldas da Rainha, Portugal.

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